quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os Estrangeiros descobrem Minas Gerais!!!





A atração e adoção de Minas Gerais como pátria por estrangeiros de várias nacionalidades vem de longe!!! O século XIX presenciou uma grande onda de estrangeiros que vieram desbravar as riquezas naturais do Brasil. Apesar dos trópicos sempre despertarem o interesse de aventureiros do mundo inteiro, isso só se tornou possível com a chegada da Família Real Portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808. Durante todo o período colonial houve medidas restritivas que impediam a entrada de estrangeiros em solo brasileiro. Procurava-se, desta forma, manter fora do alcance de outras nações conhecimentos acerca das riquezas brasileiras. A suspensão dessas restrições a partir de 1808 provocou uma verdadeira febre de expedições científicas ao país, além da entrada de inúmeros viajantes estrangeiros com finalidades diversas. Muitos deles se dirigiram à Minas Gerais...

Diplomatas, aventureiros, comerciantes, artistas, engenheiros, turistas, missionários e cientistas de várias nacionalidades passaram a percorrer o território brasileiro e difundir em outros continentes suas belezas naturais, populações, hábitos e costumes. Viajantes estrangeiros estiveram na linha de frente das descobertas científicas em Minas Gerais. As entranhas mineiras não revelaram aos seus desbravadores apenas os famosos metais e pedras preciosas. Paisagens exuberantes, fauna e flora imprevisíveis, fósseis que abalaram teorias e inauguraram ciências,... Muitas foram as surpresas encontradas por aqueles que ousaram explorar o sertão das Gerais durante o Império.

As viagens eram desgastantes, imprevisíveis e perigosas. Os viajantes percorriam por meses ou anos regiões inóspitas, desconhecidas e nem sequer mapeadas. Ficavam expostos às doenças, roubos, ataques de animais e índios, intempéries climáticas e às dificuldades práticas de encontrar abrigo, auxiliares, transporte, alimentos e recursos adequados. O encontro com cenário tropical e seus “selvagens” habitantes era surpreendente e, muitas vezes, chocante. Não foi diferente o encontro da sedenta leva de estrangeiros com o sertão de Minas Gerais.

Como já dizia Guimarães Rosa, Minas são muitas. No século XIX a Minas das grandes vilas auríferas do século XVIII e das futuras lavouras de café contrastava com a Minas do Sertão, o reino das florestas-anãs. Foi essa Minas sertaneja que atraiu e fascinou a maior parte dos naturalistas estrangeiros, ao contrário dos brasileiros que, em geral, detinham-se às regiões mineradoras.

O que atraía os estrangeiros não se encontrava nos grandes centros e cidades, mas sim na natureza própria e única da região. As cidades eram vistas como uma imitação mal feita das cidades europeias; já a natureza e a sociedade, como inigualáveis e, portanto, dignas de atenção e estudos.

Virgil Von Helmreichen, Heinrich W.F. Halfeld, Emmanuel Liais, Peter Claussen, Richard Burton, Hermann Burmeister, Francis Castelnau, Henri Gorceix, Marianne North, Louis Agassiz, Eugene Warming, J. Reinhardt, Peter Wilhelm Lund foram alguns desses estrangeiros que revelaram ao mundo as riquezas naturais e humanas das Minas Gerais. Alguns estiveram por aqui de passagem, mas deixaram suas marcas através de estudos, relatos e imagens. Outros sucumbiram diante dos encantos mineiros e viveram durante anos, ou por toda a vida, a pesquisar suas riquezas naturais. O dinamarquês Peter Lund foi um desses e viveu em Lagoa Santa por mais de 40 anos.

Estrangeiros “descobriram” Minas Gerais no século XIX e continuaram a “descobri-la” ao longo dos séculos XX e XXI. Afinal, Minas continua presenteando aqueles que a encontram com riquezas naturais, culturais e humanas de tirar o fôlego.

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